FESTIVAL DE TRADIÇÕES CAIPIRAS

O Memorial Serra da Mesa cumprindo seu objetivo principal que é juntar todo tipo de cultura, promoveu o Festival de Tradições Caipiras. Foram 2 dias de apresentações folclóricas da região Norte de Goiás.

Os espaços temáticos foram decorados com bandeirolas, fogueira, pau-de-sebo, altar e outros, privilegiando o mês de Junho e as festas de São João, Santo Antônio e São Pedro.

Voltando ao tempo colonial os bois moeram cana no engenho e os visitantes puderam apreciar a garapa e o melado feito na hora. A casa de farinha foi bem movimentada com a fazeçao de farinha e beiju e cafezinho da roça feito no fogão a lenha.

As atrações foram inúmeras com participação das escolas e com destaque para a escola Enéas de Uruaçu. Essa escola dramatizou com direção do professor Cairo Terra, o casamento caipira modernizado, que sem dúvida mostrou ser a inovação das festas juninas.

Voltando ao passado a Aninha fez o sabão de coada, os sanfoneiros tocavam e o público dançava forró, chimite, dança do passarinho, dança do tambor e outras. Crianças vestidas de fadas, bruxas, sacis enfeitavam o espaço cheio de turistas.

Na programaçao do Ponto de Cultura "Memórias de Serra da Mesa" houve a oficina de artesanato onde 30 pessoas aprenderam a fazer peças em biscuit.

O encontro de folias foi marcante: Folia do Divino, Folia da Gameleira e Folia de Reis fizeram o cortejo pela Fazenda Tradicional, Cidade Cenográfica entregando suas bandeiras na Casa da Fazenda. Um berranteiro tocava e guiava as Folias cada qual com sua bandeira e cantoria. Os cavaleiros de Santana seguiam em passos lentos formando uma imagem de fé emocionante.

Após a entrega os foliões abençoaram a mesa e depois se fartaram com o almoço caipira.
Interessante foi a historia de cada folia: A da Gameleira tem mais de 100 anos e os mais jovens vão substituindo os foliões já falecidos cumprindo a tradição.

A Folia de Santo Reis segura a bandeira há 60 anos e faz questão de não mudar nada. A musica, os rituais continuam como no primeiro dia.

A Folia do Divino conserva suas raízes e mudou um pouco a Catira com improvisações na música de acordo com o ambiente em que se apresentam.

Porem o que é comum a todos eles, é a fé, o respeito com a bandeira e, sobretudo a humildade perante os rituais. 

O Memorial Serra da Mesa foi palco mais uma vez de momentos contagiantes, todos se envolveram com os gestos simples dos foliões ao tirar o chapéu, beijar a bandeira e as lágrimas diante da imagem do folião amigo que se foi. Como bem disse o historiador Titoneli:

Trazendo no coração a saudade de um tempo romântico que está se perdendo e aqui avivado em nossa memória.